Faz alguns anos que tenho uma gaveta especial no meu armário, reservada a objectos memoráveis e fotografias antigas. Quando guardo uma recordação lá dentro, sei que esse pedaço de papel, artigo, - seja o que for, - vai lembrar-me de uma pessoa ou episódio da minha vida. Não no momento em que a coloco, nem sequer uns meses depois, mas passados alguns anos, quando a sua importância se revelar na linha do tempo.
Durante a maior parte do ano, deixo essa gaveta intocável. Só a abro para pôr algo novo, ou nas ocasiões para que a criei.
Quando me sinto triste ou desiludida, quando o mundo parece um lugar hostil e julgo que os meus amigos não me dão importância... quando penso que desperdicei os últimos anos, o conteúdo da gaveta entra em acção. Passo os dedos pelas coisas, uma a uma. Sinto-lhes o cheiro, a textura, o sentimento. Quando são cartas, abro uma e bebo-lhe as letras.
E aí percebo que sempre existi e que o filme do meu passado não está vazio nem carcomido. Invadem-me as imagens e os rostos, as palavras e as emoções. A minha vida são mais que fragmentos: é um fio condutor, que liga todas memórias, criando quem sou hoje.
Há poucos dias, abri essa gaveta. Julguei que poucos amigos deixaria que sentissem a minha partida. E dei com algumas coisas que tive vontade de partilhar.
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Uma mensagem oferecida por uma amiga. Já não temos muito contacto hoje, mas é uma das pessoas que dificilmente esquecerei. |
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Cartas de pen-friends. Duas delas eram brasileiras. Conheci-as num RPG online, de escrita criativa. |
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O suporte para o lenço das Guias. Só fui a um acampamento, mas foi memorável (até porque apanhei um fungo no pé, do qual nunca mais me livrei). |
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Medalha ganha no ensino básico, com um trabalho de grupo sobre o Halloween. Era um placar grande com uma bruxa e outros enfeites. Creio que são os meus colegas de grupo que o têm. |
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Um cartão de Natal feito pelo meu irmão, quando era um pirralhito. |
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Um mini-dicionário oferecido por uma professora de Francês. É mesmo muito pequenino. E sim, eu era a teacher's pet, mas apenas porque as minhas colegas passavam as aulas a pintar as unhas, pentear os cabelos e gozar com os professores. |
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Um marcador de livros vindo do Japão, também trazido por uma amiga. |
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Os desenhos com que me entretinha, quando trabalhava no balcão de Cartão Continente. Havia muitos tempos mortos, em que só conversávamos ou fazíamos destas brincadeiras. |
E por último, porque também despertará as memórias de alguns leitores:
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Um click da Axe! A contagem estava a 0, mas juro que lhe cliquei muitas vezes... era um bom substituto para bolas anti-stress. |
E...
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Um KitPop! Digam-me que também tiveram um destes! |
Portanto, se têm pensamentos negativos frequentemente, comecem já a criar a vossa caixinha de memórias. Ou diário. Seja qual for o modelo preferido.
Eu nunca possui um kitpop! btw, que raio é o click da Axe? xD
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=Ixq4Co40JTY
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