terça-feira, 27 de novembro de 2012

Este blog fechou

Já estava há muito abandonado, pelo que está na hora de cortar as amarras.

Haverá outro, eventualmente. Contudo, por motivos muito particulares, não me sinto há vontade para deixar os pensamentos correr livremente por aqui.

A quem me lê por amizade ou empatia, até à próxima!

domingo, 4 de novembro de 2012

"- Há de concordar que o que está a dizer é um tanto subversivo...
- Acredita que seja? Não me parece. Se isto é subversivo, tudo é subversivo, até a respiração. Sinto e penso assim como respiro, com a mesma naturalidade, a mesma necessidade. Se os homens se odiarem, nada poderá fazer-se. Todos seremos vítimas de ódios. Todos nos mataremos nas guerras que não desejamos e de que não temos responsabilidade. Hão de pôr-nos diante dos olhos uma bandeira, hão de encher-nos os ouvidos com palavras. E para quê, afinal? Para criar a semente de uma nova guerra, para criar novos ódios, para criar novas bandeiras e novas palavras. É para isto que vivemos? Para fazer filhos e lançá-los na fornalha? Para construir cidades e arrasá-las? Para desejar paz e ter guerra?
- E o amor resolverá tudo isso? - perguntou Abel, sorrindo com tristeza, onde havia uma ponta de ironia.
- Não sei. É a única coisa que ainda não se experimentou..."

Clarabóia, José Saramago

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sobre a Crise

Vou contar-vos uma coisa que aprendi nos últimos dois anos, a custo de muitos erros e de duas pessoas que me eram queridas:

Quem vence na vida não é que está sempre a queixar-se e a dizer mal das coisas.

Quem vence é quem encara os acontecimentos como o que eles são - coisas que se passam - e não como obstáculos gigantes que não podem ser ultrapassados. Porque queixarmo-nos infinitamente das coisas não as vai mudar, e a verdade é que são poucos os obstáculos inultrapassáveis, sendo que com esses não vale a pena despender esforços extraordinários.

E não vence necessariamente por ficar cheio de dinheiro ou ter a profissão que todos querem: vence porque é feliz com o que tem e aprende a habituar-se a novas situações.

Digo isto porque estou cansada de ouvir pessoas queixarem-se de tudo (pessoas que TÊM tudo), porque também quero parar de me queixar e ser feliz. Por isso, toca a arranjar uns tampões de ouvidos que filtrem a negatividade.

E a não ver o telejornal.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Novidades

A primeira novidade será o facto da árvore da nossa varanda estar a crescer uns belos limõezinhos, que a seu tempo servirão como tempero para algum prato delicioso (não desfazendo!).




A segunda é que vamos fazer um pequeno InterRail, pelo que comprei calçado apropriado:



Quem anda com Crocs ainda não descobriu o verdadeiro conforto!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Teclado com café

E depois de levar com café e álcool em cima, o meu teclado Apple voltou à vida! Acabaram-se os cafés e chás ao pé do computador.

(o da fotografia não é o meu, mas é uma coisa parecida)

domingo, 1 de julho de 2012

Sobre a Ana Inês

Hoje venho falar-vos de como a Ana Inês definiu a minha profissão futura, sem fazer ideia de tal coisa.

A Ana Inês foi minha colega de turma, do segundo ao nono ano. Era uma jovem carismática e persuasiva, pelo que liderava os gostos das raparigas que gravitavam em sua volta. Interessavam-lhe as coisas do oculto, e por isso lia o Harry Potter e convenceu-me a fazê-lo também.

Na altura, gostei tanto daquele universo que queria fazer parte dele, a modos que comecei a conversar sobre os livros em fóruns acerca do tema. Daí a entrar em role-playing-games sobre escolas de magia foi um passinho.

Estes rpgs baseavam-se em trocas de e-mails, em que o primeiro iniciava a história com um e-mail, que era enviado para o grupo inteiro, e os outros continuavam. Cada participante tinha uma personagem, cuja personalidade ia construindo e evoluindo ao longo do jogo. Tratava-se de jogos escritos, que acabavam por ser muito mais divertidos que os rpgs online que vemos hoje em dia, onde a interacção a nível pessoal é muito mais baixa. Tudo tinha que ser imaginado e passado à escrita. Mas este será um assunto para abordar em futuros posts.

Ora, depois de algum tempo a participar nestas escolas, decidi criar também uma. Fiz um logótipo rudimentar no Paint Shop Pro e um site muito detalhado no Frontpage. Tinha um banco, uma loja, uma biblioteca e mais uma série de coisas, e até o seu próprio sistema monetário. Muitas pessoas aderiram e criou-se interacção com outros rpgs em que já tinha participado.

Eram outros tempos, e na verdade fiz aquelas coisas todas porque gostava mesmo muito de escrever. Isto deu-se aos meus doze, treze anos, e a partir daí nunca mais morreu o bichinho da web.

Quanto à Ana Inês, terminou o curso de medicina há pouco tempo. Desde que a conheci que foi o que sempre quis, e felizmente perseguiu essa ideia até ao fim.

Se ela não me tivesse posto a ler o Harry Potter, julgo que hoje seria uma pessoa muito diferente.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

«And all will turn
To silver glass
A light on the water
Grey ships pass
Into the West»

Into the West, Howard Shore (Lord of The Rings ending theme)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Como saber...

... se a casa para onde vais morar é fixe?

Há sempre alguém a tentar ficar com ela.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Era uma vez um bocado de cocó

Mas era um cocó especial, porque tinha pernas e gostava de ser colocar em localizações estratégicas, onde havia mais probabilidade de se agarrar aos sapatos das pessoas. Quando os outros cocós o repreendiam por não respeitar o código de honra da bosta, ele chateava-se e ia enfiar-se debaixo de um sapato de salto alto.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

170º aniversário de Antero de Quental


O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!

                         -- Antero de Quental

sexta-feira, 6 de abril de 2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A problemática das calças apertadas


Cada vez que venho a casa dos meus pais, volto decidida a fazer uma dieta rigorosa. Mas depois do primeiro pacote de bolachas, fica tudo esquecido.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Hoje

Ouvi num filme qualquer a seguinte frase:

“O maior problema não são as outras pessoas, é a maneira como nós próprios encaramos as coisas.”

Tenho uma pessoa na minha vida que não faz ideia de quanto me magoou. Mas em vez de ter vontade de lhe bater de cada vez que olho para a cara dele... é preferível pensar que tem os seus próprios demónios. E se deixá-lo pensar que sou um deles vai contribuir para a sua felicidade, deixai-o.

Hoje apetece-me fazer um cheesecake.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Problemática do gosto musical

Hoje, ao sair para o supermercado, vi uma turma de crianças com cerca de cinco anos à espera do sinal verde na passadeira. O “inédito” disto foi o facto de terem começado a cantar aquela famosa canção brasileira, que actualmente anda mais na moda que o É o Bicho, quando saiu o videoclip do Iran Costa a representar o papel de Godzilla.

Na minha modesta opinião, deviam pôr as crianças a cantar isto:

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Um balde de água fria

Todos estamos à procura de algo na vida, que, em certas alturas, pode conduzir à beira do desespero. Para muitos de nós, é um emprego, de modo a podermos deixar de abusar do dinheiro bem ganho pelos nossos pais.

Contudo, às vezes não há. Saímos da universidade com um diploma que só serve para pendurar na parede - e, no meu caso, o da ESCS é tão feio que nem isso quero fazer! Se bem que o curso em si não me foi exactamente inútil, mas isso é uma história para contar mais tarde.

De qualquer maneira, é frequente, durante a procura de emprego, só conseguirmos encontrar “desafios” e demais funções em que não nos querem remunerar, pois a licenciatura é o único argumento de peso no currículo. Sabemos que podemos ser bons e irrita que ninguém acredite. Mas a verdade é que um jovem que sabe ter potencial e não faz nada com isso é tão competente como um cocó de pombo no vidro de um carro.

É um facto que hoje em dia ninguém que gastar dinheiro sem provas de que lhe vai servir para alguma coisa. Os patrões também são assim, e por que raio se dariam ao luxo de contratar alguém que não sabe fazer nada, quando, muitas vezes, também não têm o tempo ou a capacidade para os ensinar? É muito bonito falar em ensino e formação dentro das empresas, mas até que ponto é sustentável para uma firma ensinar alguém do zero? Para conseguir uma entrevista que seja, é preciso mostrar capacidade ou talento, ou ambos, dependendo das áreas.

E mesmo isso não garante que fiquemos com o trabalho, porque como nós há muitos!

E no meio disto, temos pessoas como o Miguel Gonçalves, a sugerir-nos que encaremos o mercado de trabalho como uma oportunidade de negócio. O seu discurso no Prós-e-Contras, gozado na altura pela apresentadora, serviu de inspiração ao país inteiro e pôs muita gente a pensar que consegue. Contudo, ele não está a falar para ti, que passas o dia enfiado(a) em redes sociais e a ver televisão. Também não se dirige, necessariamente, a quem já sabe muito: o seu discurso serve, no entanto, para quem está disposto a sacrificar-se, a errar e arriscar, e a suar as estopinhas para obter aquilo que quer.

E com a quantidade de pessoas da minha idade que vejo cheias de coisas - roupas novas, computadores, smartphones, carros - e que não faz ideia do que é trabalhar, começo a perguntar-me se há assim tanta gente disposta a sacrificar-se. Afinal, os pais dão-lhes tudo e trabalhar implicaria perder alguns desses luxos. Mas os pais não podem ajudar os filhos para sempre e um dia estes começam a sentir vontade de sair de casa.

E o que importa aqui? É perceber o que queremos. Pode não ser na nossa área de formação ou podemos pura e simplesmente não ter nada feito para mostrar. Se assim for, aprendemos. Pode levar meses, anos, mas durante esse tempo temos que estar dispostos a lutar, e a chorar, e a sangrar para sermos melhores. Enfim, usar as nossas potencialidades. Podemos ter que aceitar os chamados “desafios”, se não nos sentirmos confortáveis com o trabalho que fazemos e precisarmos de aprender mais um pouco com os “tubarões do desafio”, que querem escravos para produzir sem terem que lhes pagar um tusto. Pode até ser preciso ir para longe de casa e enfrentar uma cidade, ou um país, ou uma cultura diferente.

Mas vai haver um dia em que olhamos para trás, para o trabalho já feito, e de repente o sacrifício faz sentido, mas não queremos mais: está na hora de fazer algo a sério. E aí, meus amigos, já têm alguma coisa para mostrar numa entrevista.

Depois de dois anos a aceitar “desafios”, fui chamada para uma entrevista de trabalho a sério. Estava doente e passei o tempo a tossir, mal consegui falar, sem ser para mostrar a paixão pelo meu trabalho e portefólio. Saí de lá a pensar que já tinha sido excluída, mas afinal consta que passei à frente de não sei quantos marmanjos.

Porquê? O que importa é que o teu trabalho seja bom e que mostres capacidade de vencer a letargia e a preguiça. Também importa a paixão por aquilo que fazes. Hoje em dia, se não há gosto, não vale a pena o sacrifício - é preferível partir para outra ou tentar arranjar emprego no comércio, onde não te pedem capacidades especiais, a não ser uma paciência do caraças - mas isso terás que ter sempre, seja onde for que escolhas ganhar o teu dinheiro.